Museu da Diversidade Sexual inaugura nova exposição sobre envelhecimento LGBT+ em parceria com a ParadaSP

O Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, lança no dia 29 de maio a exposição O mais profundo é a pele, com fotografias de Rafael Medina e curadoria de André Fischer, em parceria com a ParadaSP, organizada pela APOLGBT-SP (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo). 

A exibição celebra o envelhecer LGBT+ por meio de fotografias de pessoas da comunidade com mais de 60 anos. O lançamento da exposição, às vésperas do Mês do Orgulho, também marca um ano da reinauguração do museu, que hoje conta com 540m² e mais de 100 obras. A exposição poderá ser visitada gratuitamente a partir de 30 de maio (sexta-feira), de terça a domingo, das 10h às 18h, com ingressos disponíveis na plataforma Sympla.

Com fotografias assinadas pelo fotógrafo Rafael Medina, que há mais de 10 anos se dedica a retratar pessoas LGBT+, documentar espaços alternativos de encontro desta comunidade e explora temas como intimidade, sexo e afeto na vida queer. A exposição tem como foco as marcas do envelhecimento na pele de pessoas cujas trajetórias ajudam a contar a história e a evolução do movimento LGBT+ no Brasil. As imagens evidenciam resistência, orgulho, autoestima, beleza e sensualidade na terceira idade.

Arte colorida de divulgação da Exposição de O mais profundo é a Pele com fotos de Rafael Medina para o Museu da Diversidade Sexual - Envelhecer LGBT - ParadaSP
O Mais Profundo é a Pele | Rafael Medina – Museu da Diversidade Sexual

Rafael Medina explica que a exposição é uma pesquisa visual que parte de uma pergunta íntima que ele faz desde quando “saiu do armário”: Como é envelhecer sendo LGBT+?:

“Nossa comunidade foi marcada pela repressão na Ditadura e pela epidemia de HIV/AIDS nos anos 80 e 90, além da constante violência que ainda impacta a expectativa de vida de pessoas trans e LGBT+ pretas.

O contexto histórico acaba impedindo que tenhamos muitos exemplos do que significa envelhecer sendo LGBT+. Em meu trabalho não pretendo apresentar um exemplo a ser seguido de como uma pessoa da comunidade deve encarar o envelhecimento, mas sim pensar na beleza das rugas, das manchas e das “falhas”.

Grandes nomes conhecidos na comunidade LGBT+, como a artista, atriz e maquiadora Gretta Star, o ator e roteirista Leo Moreira e a drag queen Mama Darling integram o amplo e diverso grupo de pessoas fotografadas.

“Receber uma exposição tão bonita como ‘O mais profundo é a pele’ no aniversário de um ano da reabertura do Museu da Diversidade Sexual é muito marcante. Essas fotografias evidenciam histórias que costumam ser apagadas, reconhece pessoas que foram pioneiras em movimentos sociais e que abriram caminho para conquistarmos espaços como o MDS e outros direitos importantes que temos hoje. São exemplos que nos inspiram a imaginar uma velhice bonita, afetuosa, e na qual podemos ser quem somos em qualquer fase da vida” comemora Beatriz Oliveira, Gerente de Conteúdo do Museu da Diversidade Sexual.

Fotografia colorida de Mama - Foto Rafael Medina divulgação Museu da Diversidade Sexual - ParadaSP
Mama | Foto: Rafael Medina | Museu da Diversidade Sexual – ParadaSP

A exposição também dialoga diretamente ao tema da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo deste ano: “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, que acontecerá no dia 22 de junho, na Avenida Paulista.  

“No ano em que a Parada do Orgulho LGBT+ propõe a discussão sobre envelhecimento LGBT+, o Museu da Diversidade Sexual se alinha com uma resposta visual e emocional. É urgente nomear e valorizar as velhices LGBT+ não apenas como uma etapa da vida, mas como uma forma de existência que, até muito recentemente, parecia inalcançável para a maioria de nós. Nossos corpos, nossas trajetórias e nossos afetos foram historicamente expulsos da ideia de futuro. Por isso, ver pessoas LGBT+ envelhecendo hoje — e ver com beleza, com desejo, com afeto — é um acontecimento histórico” comenta André Fischer, curador da exposição e Diretor de Comunicação da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

“As fotos de Rafael Medina dialogam diretamente com o tema da ParadaSP deste ano. Ao retratar o envelhecimento com afeto, orgulho e resistência, a exposição convida o público a refletir sobre um futuro digno e seguro para a população LGBT+ 60+,” afirma Nelson Matias Pereira, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

Para visitas mediadas é necessário consultar a programação do Museu no site. O MDS também oferece suporte para deficientes auditivos, visuais, crianças, jovens e adultos do espectro autista e a suas famílias mediante agendamento.

Serviço

Exposição “O mais profundo é a pele”
Exibição: de 30 de maio a 31 de agosto de 2025
Local: Museu da Diversidade Sexual (Metrô República – Saída Arouche – Praça da República, 299 – República, São Paulo – SP)
Horário: De terça a domingo, das 10h às 18h
Ingressos: Gratuitosna plataforma Sympla

Sobre o Museu da Diversidade Sexual

O Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIA+ – contemplando a diversidade de siglas que constroem hoje o MDS – e seu reconhecimento pela sociedade brasileira.

Trata-se de um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIA+, se propõe a discutir a diversidade sexual e de gênero e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.

Sobre a ParadaSP

A ParadaSP, organizada pela APOLGBT-SP (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo) é uma ONG, sem fins lucrativos, fundada em 1999. Detém a marca Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que acontece desde 1997 na Avenida Paulista. Parte desses participantes fundou a ParadaSP, que, desde então, cresceu com a ajuda de voluntários.

A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo tornou-se a maior do mundo, amplificando as vozes da comunidade LGBT+ e possibilitando que a ParadaSP realizasse outros eventos militantes.

Sobre Rafael Medina

Rafael Medina é fotógrafo, nascido na periferia do Rio de Janeiro e radicado em Berlim. Formado em Filosofia pela UERJ e com estudos em Artes Visuais na EAV – Parque Lage, dedica-se há mais de uma década a capturar a essência da vida LGBTQIA+, com foco na cena musical, na noite e na intimidade queer.

Desde 2017, trabalha com fotografia analógica, explorando suas possibilidades experimentais. Participou de exposições coletivas como UncensoredDISCOnstruction e Intimacy, no Schwules Museum (Berlim), além de ter realizado a individual Skin Deep, sobre a vivência de homens gays idosos. 

Sobre André Fischer

Criador e diretor do Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade e Diretor de Comunicação da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. Sócio da Inclusive Consultoria, atua como palestrante e consultor em Diversidade, Comunicação Inclusiva e Transmídia.

Colabora com publicações nacionais, internacionais e acadêmicas sobre comunicação inclusiva, cultura LGBT+ e curadoria transmídia. Doutorando e Mestre em Imagem e Som pela UFSCar, Gestão Estratégica de Digital Analytics/FGV-SP, Marketing Digital & Data Science/FIAP e Economia/UFRJ. Autor de sete livros, incluindo o Manual Ampliado de Linguagem Inclusiva (2021, ed. Matrix).