Back to anos 2000: Festival Polifonia Emo Vive reúne grandes nomes em São Paulo
Nos dias 7 e 8 de junho, a cidade de São Paulo recebe o Festival Polifonia Emo Vive, considerado o maior evento de cultura emo brasileira. O evento realizado pelo Grupo Vibra, tem como atração principal a banda Fresno, referência na cultura Emo e atrações internacionais como Anberlin, Emery e Mae, tocando na íntegra álbuns de grande sucesso e será realizado na Audio.
Trazendo nostalgia para a noite, a banda Fresno promete muita emoção ao tocar uma setlist formada por seus três primeiros álbuns, “Quarto dos Livros”, “O Rio, A Cidade, A Árvore” e “Ciano”. Já as atrações internacionais, Anberlin e a Mae apresentam seus álbuns que comemoram 20 anos de lançados: “Never Take Friendship Personal” e “The Everglow”, respectivamente. E para enlouquecer os fãs de emocore, teremos a Emery apresentando um show exclusivo do álbum “The Weak´s End”.


Este ano, o Festival Polifonia Emo Vive terá um formato de turnê e passa por Porto Alegre (4 de junho) e Rio de Janeiro (6 de junho). Os ingressos para os dias 7 e 8 de junho já estão à venda.
Serviço: Festival Polifonia Emo Vive
Data: 7 e 8 de junho de 2025
Horários: 19h
Local: Audio Club SP
Site: FESTIVAL POLIFONIA
Cultura Emo dos anos 2000: um retrato de uma geração
Origem e evolução
O termo “Emo” deriva de “emotional hardcore”, um subgênero do punk rock surgido nos anos 1980, com bandas como Rites of Spring e Embrace. Contudo, o auge do movimento — enquanto fenômeno cultural e estético — aconteceu nos anos 2000, principalmente entre adolescentes e jovens adultos, que encontraram na cultura Emo um espaço para expressar emoções profundas, como tristeza, angústia e melancolia.
Nos anos 90, bandas como Sunny Day Real Estate e Jawbreaker prepararam o terreno para a popularização do gênero. Mas foi na década seguinte que o Emo explodiu no mainstream, com nomes como My Chemical Romance, Fall Out Boy, Paramore, Dashboard Confessional, Taking Back Sunday e Panic! At The Disco liderando as paradas e encabeçando festivais.
Música
O som Emo dos anos 2000 mesclava elementos do punk, pop punk, post-hardcore e indie rock, com letras introspectivas e confessionais. A sonoridade variava desde o agressivo e dramático — como no caso de My Chemical Romance — até o mais acústico e sensível, como Dashboard Confessional.
Temas comuns incluíam relacionamentos falidos, alienação, conflitos internos e existencialismo. A música Emo servia como catarse emocional para muitos jovens, ao mesmo tempo que criava uma estética sonora facilmente identificável: riffs melódicos, vocais gritados ou emotivos, e mudanças de intensidade dentro das músicas.
Estética e visual
O Emo dos anos 2000 se caracterizava também por um estilo visual marcante, que combinava:
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Cabelos lisos, com franjas laterais cobrindo parte do rosto, frequentemente tingidos de preto ou cores vibrantes como vermelho ou azul.
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Roupas predominantemente pretas, muitas vezes ajustadas, com camisetas de bandas, calças skinny e tênis All Star.
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Maquiagem escura, especialmente delineador nos olhos, tanto em homens quanto em mulheres.
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Acessórios como piercings, pulseiras de rebite, cintos de tachas e pulseiras coloridas de silicone.
Essa estética representava tanto um gesto de rebeldia contra padrões estéticos tradicionais quanto uma forma de expressão pessoal e identificação coletiva.
Comportamento e valores
Diferente de movimentos como o punk tradicional ou o grunge, o Emo colocava a vulnerabilidade emocional em primeiro plano. Não havia vergonha em demonstrar tristeza ou fragilidade. Isso resultou em uma cultura que, embora frequentemente caricaturada pela mídia, foi essencial para dar visibilidade a questões como saúde mental e identidade entre adolescentes.
Críticas e estigmatização
Durante o auge, o movimento Emo enfrentou estigmas e críticas, sendo frequentemente associado de forma negativa a comportamentos autodestrutivos ou à depressão. A mídia muitas vezes tratou o Emo como uma “moda adolescente” ou algo superficial, minimizando sua importância cultural e artística.
Legado
Embora o Emo clássico tenha perdido força como movimento de massa a partir de meados dos anos 2010, sua influência segue viva. O “Emo revival”, impulsionado por bandas independentes e o ressurgimento de festivais temáticos, reacendeu o interesse pelo estilo e sonoridade. Além disso, o Emo deixou marcas profundas na estética pop, na música alternativa e até no rap e trap, com artistas como Lil Peep e Juice WRLD assumindo referências claras ao estilo emocional e melancólico do Emo.
Em 2022, o festival “When We Were Young”, em Las Vegas, reuniu milhares de fãs e mostrou como a cultura Emo permanece relevante e nostálgica para gerações que cresceram nos anos 2000.