Após estrear com o single “Pretas & Pretos Novos” em 2024, o cantor e compositor Alè lança o EP IGBÀ 

Na pulsante energia da cultura afrodiaspórica, Alè traduz suas ideias em música, criando performances contemporâneas que unem religião e ritmos. Nascido no Rio de Janeiro, o artista já conquistou a atenção de nomes como o historiador Luiz Antônio Simas e a escritora Eliana Alves Cruz, que reconhecem a profundidade do seu trabalho.

Em novo EP, IGBÀ (Independente), faz um mergulho em seis canções autorais ‘Intro (Nêgo Bispo)’, ‘Veste Teu Branco’, ‘Reis Malunguinho’, ‘Ayabá’, ‘Losi Losi’ e ‘Agayú (Aganjú)’, onde melodias, acordes e a pesquisa musical se entrelaçam com a vivência espiritual.

Capa colorida do álbum de lançamento do artista Ilè - IGBÀ - por Pedro Dias
Ilè – IGBÀ – por Pedro Dias

O título, que em yorubá significa “cabaça”, remete ao vaso sagrado usado no candomblé e na umbanda para guardar elementos de culto aos orixás.

Para Alè, o projeto é uma celebração das cosmologias afro-diaspóricas, afro-indígenas e afro-quilombolas, explorando suas dimensões culturais, políticas e espirituais.

A inspiração veio após o single “Pretas & Pretos Novos” (2024), quando o compositor percebeu que havia encontrado sua essência artística — e que o público estava atento ao seu discurso. Decidiu, então, expandir esse universo em um trabalho mais robusto, amadurecido na escolha das faixas e nos arranjos criados em sintonia com sua banda: Jj Aquino (bateria e efeitos), Murilo Moe (baixo) e Pedro Dias (percussão).

O resultado é uma sonoridade híbrida e dançante, enriquecida por participações especiais como a do flautista Sereno Melo (neto de João Cabral de Melo Neto) e dos percussionistas Camafeu de Ayrá e Marcus Mickey.

Violonista e compositor, Alè começou a divulgar suas músicas nas redes em 2020, durante a pandemia.

Seu trabalho é uma ode à cultura afro-brasileira, tecendo narrativas que reverberam seus ritmos, cores, saberes e ancestralidade.

Nas plataformas musicais: https://linktr.ee/Ale.compositor

Faixas IGBÀ 

1. Intro (Nêgo Bispo)

2. Veste Teu Branco

3. Reis Malunguinho

4. Ayabá

5. Losi Losi

6. Agayú (Aganjú)

Para ouvir na sua plataforma musical preferida: https://linktr.ee/Ale.compositor 

Ficha técnica

Alè – Composições, Vocais, Violão e Guitarra

(@ale.compositor)

Banda:

Jj Aquino – Bateria e efeitos

Murilo Moe – Baixo

Pedro Dias – Percussão

Participações especiais:

Camafeu de Ayrá – Atabaque, Arranjo (1)

Marcus Mickey – Atabaque (1)

Sereno Melo – Flauta Transversa (4 e 6)

Gravado no Vernin Estudio (RJ) e no Ubuntu Home Estudio (NF) em 2024

Técnico de gravação: Junior Vernin

Mixagem e masterização: Antonio Prazeres

Produção musical: Alè, Jj Aquino e Antonio Prazeres

Design da capa: Pedro Dias

Produção Executiva: Ubuntu Cultura e Arte Ltda.

Letras clique aqui

Faixa a Faixa:

1. Intro (Nêgo Bispo)

Antonio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo e sua sabedoria quilombola anuncia IGBÀ com sua fala confluente, e informa que o futuro é ancestral, e quem bebe na fonte da sabedoria dos mais velhos estará um passo a frente.

2. Veste Teu Branco

Na canção, Alè exalta o orgulho de ser. A música fala de pertencimento cultural ancestral e exalta algumas de suas inúmeras referências no seu processo de letramento racial, num espectro que percorre o religioso (a homenagem a Tancredo da Silva Pinto, o Tata Tancredo), o político (Gangazumba, Zumbi, Abdias Nascimento, Marielle Franco, Leci Brandão), o social (Geledes) e o cultural, da música a literatura (Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Eliane Alvez Cruz, Emicida, Mano Brown, Carybé, Jovelina Pérola Negra, Clementina de Jesus…).

3. Reis Malunguinho

A música é uma homenagem à João Batista, liderança do Quilombo do Catucá (PE), que ao morrer, se encantou, e passou a ser reconhecido como Reis Malunguinho na religião da Jurema Sagrada. A música é uma homenagem a cultura quilombola e a força desse ser encantado do Catimbó nordestino.

4. Ayabá

Ayabá é o termo que se refere às Orixás femininas na cosmologia yorubá. A canção rende homenagem à Yemanjá, Yara, Dandalunda e Mucunã. Cultuadas nas diferentes linhas dos candomblés brasileiros como Orixás, Voduns e Nkisis que representam em comum a fertilidade, a energia e a força das águas de mares e rios em nossas vidas e na do planeta.

5. Losi Losi

Lógun Ẹ̀dẹ, ou Logunedé é um orixá de origem Yorubá filho de Oxóssi e Oxum, cultuado no Candomblé brasileiro e outras religiões afro-diaspóricas.

Especula-se que Logunedé tenha sido um príncepe na nação Efã, na Nigéria. Nos terreiros é conhecido como santo jovem que velho respeita. No carnaval de 2025 foi tema da Unidos da Tijuca, contando com a participação da cantora Anitta, que é Ekedji de Logun.

6. Agayú (Aganjú)

Aganjú foi o quinto Alafim do Reino de Oyó, na Nigéria, onde é cultuado como um ancestral. Nas diásporas e em países como Cuba é cultuado como Orixá, no Brasil relacionado ao Orixá Xangô. É o orixá do Alè, que se iniciou no candomblé de ketu em 2023.

Fotografia colorida de Alè por Pedro Kiua (@pedrokiua)
Alè | Foto: Pedro Kiua (@pedrokiua)